domingo, 29 de setembro de 2013

Entrevista: As Dramatic Homage

Criado em 1999, o nome expõe um significado de honrar, de forma dramática, temas elementares, existencial e pensamentos filosóficos sobre o comportamento antagônico de seres humanos para si mesmos, suas crenças e atitudes. Confira o papo com Alexandre Pontes, da banda carioca AS DRAMATIC HOMAGE.

1- Black/Doom Metal, Extreme Progressive Metal, são algumas das definições que se possa encaixar o trabalho da banda. Está correta essa definição?
Alexandre Pontes – São referências que estão associadas sim, essa é  a minha maneira natural de compor, mas não é uma regra criar algo nesses padrões apenas, até porque depende do momento em que vivenciamos certas experiências e a música acaba sendo um reflexo disso ,eu e os demais integrantes  na banda gostamos de muitos estilos dentro e fora do termo Rock/Metal, enfim, diria que é uma associação de sentimentos que se fundem em equilíbrio  e tornam a nossa personalidade .  Algumas  pessoas tem visões e opiniões contrárias em relação a nossa música e isso é bem interessante, estamos tendo sorte em ter uma certa atenção das pessoas que buscam sons menos convencionais  dentro do metal, não somos uma banda com aspectos “originais” mas acredito que temos o nosso diferencial perante algumas bandas e isso nos agrada bastante.

2- Conte-nos sobre o objetivo inicial da banda e sua formação.
Alexandre Pontes – Pelo fato de ser o único integrante original do grupo lembro que não haviam muitos objetivos ou diria grandes objetivos, existiam muitos sonhos mas não haviam atitudes ambiciosas, penso que era uma época inocente de certa forma , então tudo era bem  difícil e vago ,certas limitações nos prejudicavam até certo ponto em alguns aspectos e todo objetivo depende de organização, condição e possibilidades, então com o amadurecimento e outra visão sobre muitas coisas nesse ramo atual da música resolvi dar um ponto final nas questões “incertas” e iniciar um novo capítulo e no ano passado em fiz o que tinha que fazer e sob o nome da banda lançamos nosso primeiro CD  “full”. Hoje em dia existe um senso de compromisso e atitudes bem diferentes de antes, até porque com o CD tivemos uma afirmação positiva do nosso trabalho e isso requer mais empenho ainda, estamos seguindo e fazendo nosso trabalho conforme podemos e espero  ter novidades até o final do ano.

3- A banda possui os registros: “A Deep Inner Recital” e “Atmosphere Of Pain/Anthems Of Hate” e o websingle “ Ominous Force for Ascension”, além do maravilhoso “Crown”. Como a banda define esse material em relação a aceitação por parte de crítica e público?
Alexandre Pontes – Os trabalhos anteriores “ainda são” muito importantes pois além de representar épocas diferentes são registros de extremo empenho e dedicação e hoje observo que em cada um deles existia a vontade explícita de se dar um passo á frente dentro da nossa condição e própria proposta musical, sem seguir tendências, estilos com mais visibilidade para ter atenção da mídia e público, nunca houve esse “foco tentador” em mudar algo por conta de outras coisas e pessoas que pudessem dar mais atenção á banda, sempre tive a ideia de que deveríamos ter algum mérito por algo que gostamos de fazer com nossa personalidade,  buscamos  manter uma qualidade musical de idéias  e riquezas, detalhes que possam tornar a obra completamente interessante, seja ao nosso modo, não como algumas  pessoas possam querer.Todos nós sabemos que as vezes a fidelidade de se fazer o que quer na música tem um preço, e muito caro, por outro lado  acredito que seguimos evoluindo dentro do nosso próprio conceito e  lealdade musical , o sentimento que é depositado em nossas músicas é algo que tem um valor incomensurável e isso precisa ser preservado, no mais o que vier acontecer de bom é por questão á identificação com nossa música.

4- "Crown" é musicalmente surpreendente! Acima da média de muitos lançamentos. Como se deu sua construção e qual a sua definição para este trabalho?
Alexandre Pontes – Obrigado pelo elogio ao CD. Bem houve muito trabalho, dedicação e atenção, diria que foi uma entrega de corpo e alma ao sonho em tornar o CD uma realidade física, não em um padrão virtual. Passei algumas noites em claro escrevendo, reescrevendo arranjos, letras, enfim, foi um longo processo que durou 1 ano e alguns meses, mas foi extremamente compensador, então quando ouço, leio as pessoas elogiando, se identificando com o material tenho uma sensação de ter cumprido a minha missão e com certa dose de sucesso, eu tinha um certo compromisso comigo mesmo em fazer isso, em demonstrar a minha arte sem me importar em obter status, dinheiro. "Crown"  tinha a finalidade de mostrar as pessoas que nós somos uma banda que até pode ser classificada como “extrema”, obviamente através de uma perspectiva e  justamente pela diversidade e intensidade de vários ambientes em um mesmo contexto e isso felizmente se tornou a nossa afirmação.

5- Quais são os planos mais próximos para o AS DRAMATIC HOMAGE?
Alexandre Pontes – Existem alguns planos que espero ser  concretizados ainda este ano e ainda realizar alguns shows de divulgação do CD para que mais pessoas conheçam nosso trabalho, no mais o trabalho segue firme a cada passo.

6- Em relação a shows e espaços, de que forma tem sido para vocês e para a cena nacional? Acha que o público tem correspondido?
Alexandre Pontes – Realizar shows é uma atividade indispensável para qualquer banda porém se isso for render gastos e aborrecimentos preferimos não fazer e infelizmente este é um dos motivos pelo qual nem sempre tocamos,não somos mais tão jovens para cair nas tentações de tocar por tocar, temos algumas responsabilidades e nem sempre podemos destapar  um telhado para cobrir outro, isso é uma situação que varia muito de banda pra banda , locais e produção também, principalmente os shows de longa distância. Poderia ficar falando várias coisas pelo qual todo mundo já está cansado de saber e isso é uma realidade em todo canto do nosso estado e país. Bem, como disse antes pelo fato de quase não tocarmos não tenho uma opinião muito concreta sobre isso, mas as pessoas que já viram algo tem tido uma boa impressão, geralmente sempre focam mais a atenção do que agitar pois parece que levamos algo extremo porém um tanto diferente e isso é bom! É algo gradativo que você vai cultivando com o público a medida que se aparece mais. Estamos sempre trabalhando para tocar ao vivo.
           
7- O que citam de influência musical para ajudar a compor este trabalho desenvolvido pela banda?
Alexandre Pontes – Existe muitas idéias acontecendo ao mesmo tempo e eu não idealizo um caminho , as coisas vão surgindo e sendo estruturadas, trabalhamos  para que o resultado fique  em boa harmonia, mas é um processo em constante análise, não sei se é bom ou ruim mas sou minucioso ao compor e escrever, sempre visualizo opções diferentes de enriquecer a música e esse processo nunca é rápido, na música não estamos presos a nenhum estilo específico , claro que cada um na banda tem suas preferências , sendo rock, heavy metal ou não  mas o que importa é a boa música e que geralmente é feita de coração.

8- De que forma a banda tem levado seu nome através das redes sociais? Como estão os contatos e apoio pelo Brasil e também no exterior?
Alexandre Pontes – Em meio a tantas coisas que são prioridades estamos em um cronograma para ir concluindo os objetivos a cada passo, nas redes sociais a coisa tem uma tendência a fluir de forma bem rápida e dinâmica e os contatos para o exterior se tornaram prioridade em nosso foco, as possibilidades de ter algum tipo de visibilidade vindo de lá é bem mais provável que aqui no Brasil e isso é uma realidade para todas as bandas de todos os estilos e níveis.

9- A banda tem conseguido que o público assimile a sua proposta musical? Com a chegada do CD "Crown" isso deve ter facilitado bastante e certamente angariado muitos novos seguidores.
Alexandre Pontes – Com o CD as coisas se tornaram mais sérias, digamos assim, as pessoas passam a acreditar de certa forma que se você chegou a esse ponto de gravar um CD, principalmente de forma independente e a sua música tem algum diferencial,uma proposta legal que abrange vários estilos e ainda assim ser interessante sem ser massante , você realmente não quer ficar de brincadeira, algumas pessoas passam a se interessar mesmo e te apoiar de certa forma, foi uma ótima forma para descobrirem a banda em um bom momento, com críticas sobre o CD bem positivas então isso favorece alguns aspectos que acabam nos estimulando.

10- A banda que já possui uma longa estrada deve estar calejada de toda a correria existente em nosso meio musical. O que os motiva a seguirem em frente?
Alexandre Pontes – Eu sempre encarei isso como parte não apenas de um desejo em ter uma banda, tocar, mas sim de algo que acaba por ser parte praticamente inteira da minha vida, personalidade e diria dom também, eu me sinto motivado por essa arte que é a música todos os dias, obviamente já tive os meus momentos em pensar em largar tudo isso, mas acho que eu realmente não seria uma pessoa conformada e justa  consigo mesmo, durante todos esses anos eu sempre acreditei que o tipo de música que faço poderia ter algum nível de atenção, mesmo nadando contra a maré dos estilos modistas em cada época desde que fundei a banda, eu sempre trabalhei em torno dos meus parâmetros então eu não tenho um motivo externo, isso faz parte de minha pessoa e o CD "Crown" foi o meu maior troféu , ele foi literalmente o ponto crucial se tudo o que eu vinha realizando ao longo dos anos era bom ou ruim, porque na verdade quem determina isso é o público, não que eu vá fazer música pensando nos meios de agradar a todos, nunca farei isso e felizmente eu tive sorte em obter  um pouco de mérito por minhas próprias capacidades e personalidade com a música que expresso e isso para um músico, acho que não tem muitas definições em explicar essa boa sensação de um dever cumprido com força e honra, principalmente quando eu lembro das dificuldades que antecederam, enfim, em geral, eu só tenho a agradecer e espero conquistar mais e mais admiradores da nossa música.

11- Eis aqui o espaço para uma mensagem final, para os que nos acompanham e que desejam conhecer mais sobre o AS DRAMATIC HOMAGE.
Alexandre Pontes –   Eu agradeço imensamente seu apoio e da Rádio Quality Music por essa oportunidade e  atenção com a banda e aos leitores do site e ouvintes da rádio, confiram nosso mais recente trabalho, o aclamado CD "Crown", acompanhem as novidades  através de nossa página no Facebook. Um abraço e sucesso em seus ideais.

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